O ACNUDH exortou todas as partes envolvidas a retomar o diálogo político, abdicando do uso de armas para chegar a uma solução de forma pacífica.
A situação no Burundi continua a se deteriorar em meio a assassinatos em curso, prisões e detenções durante o último tumulto pós-eleitoral que aflige o país, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) relatou, exortando “todas as partes a retomar o diálogo antes que a situação esteja completamente fora de controle”.
“Burundi chega cada vez mais ao seu limite com tantos ataques de alto perfil e assassinatos, e pedimos aos líderes de todos os lados para tomar medidas concretas para renunciar ao uso da violência e para resolver as diferenças pacificamente”, disse Ravina Shamdasani, porta-voz do ACNUDH, nesta sexta-feira (14). “Onde violações e abusos ocorreram, é necessário que haja investigações imediatas com vista a levar os responsáveis a prestar contas e justiça para as vítimas.”
A porta-voz do ACNUDH observou que desde a eclosão da violência em abril, pelo menos 96 pessoas foram mortas, principalmente entre os apoiadores da oposição, enquanto cerca de 600 pessoas foram detidas e presas. Entre os detidos, houve pelo menos 60 casos de tortura e muitos outros de maus-tratos, acrescentou.
“Até agora, não ocorreu nenhum julgamento em relação à violência, assassinatos, tortura e maus-tratos desde abril, apesar de as autoridades afirmaram repetidamente que as investigações estão em andamento e que alguns elementos da polícia foram presos”, disse Shamdasani, observando que o número real de pessoas mortas, detidas ou torturadas pode ser muito maior do que inicialmente se pensava. “Entendemos que em muitos poucos casos tenham sido iniciadas investigações, na verdade. A contínua impunidade no Burundi só aumenta os ciclos de violência.”
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