O arqueólogo Khaled Assad foi decapitado pelo ISIL ao se negar a revelar o destino dos artefatos valiosos de Palmira. Qasem Abdullah Yehiya, membro da Direção Geral de Antiguidades e Museus, morreu após ataques de morteiros ao Museu Nacional.
Em menos de uma semana, a comunidade do patrimônio cultural da Síria sofreu dois golpes com a morte do arqueólogo Khaled Assad, em Palmira, e o assassinato do diretor assistente de laboratórios da Direção Geral de Antiguidades e Museus, Qasem Abdullah Yehiya, em Damasco, informaram as Nações Unidas nesta quarta-feira (19).
Em um comunicado de imprensa da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a diretora-geral, Irina Bokova, disse estar “entristecida e ultrajada” com o assassinato de Khaled Assad, que supervisionava o sítio arqueológico de Palmira, patrimônio mundial da UNESCO, onde trabalhava há mais de 50 anos.
De acordo com relatos da mídia, militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante mataram Assad nesta terça-feira (18), após interrogá-lo por um mês sobre o destino dos artefatos valiosos do local.
“Eles o mataram porque ele não trairia o seu profundo compromisso com Palmira”, disse a diretora-geral. “Seu trabalho viverá muito além do alcance destes extremistas. Eles assassinaram um grande homem, mas nunca silenciarão a história.”
Qasem Abdullah Yehiya morreu durante um ataque com morteiro na Cidadela de Damasco e ao Museu Nacional na semana passada, que deixou vários outros feridos. Para Bokova, o ato deplorável deixa ainda mais em evidência a total falta de sentido de atirar contra patrimônios históricos. Ela adicionou que a morte dos dois homens não representa apenas uma perda para a Síria, mas para toda a comunidade dedicada ao patrimônio cultural do mundo.
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