sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Relatório da ONU revela ‘impunidade endêmica’ em Darfur

Segundo o documento recém-lançado do ACNUDH, graves violações e abusos dos direitos humanos ocorridos na região, em 2014, não foram investigados nem punidos.
Mulher montada em um burro, enquanto tropas da UNAMID realizam uma patrulha de rotina no acampamento para pessoas deslocadas internamente em Khor Abeche, no sul de Darfur. Foto: UNAMID / Albert González Farran
Mulher montada em um burro, enquanto tropas da UNAMID realizam uma patrulha de rotina no acampamento para pessoas deslocadas internamente em Khor Abeche, no sul de Darfur. Foto: UNAMID / Albert González Farran
Graves violações e abusos dos direitos humanos que ocorreram em Darfur, no Sudão, em 2014, incluindo assassinatos e violência sexual, ficaram em grande escala sem investigação e impunes, segundo um novo relatório do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
O documento, com base em informações fornecidas pela Operação Híbrida da União Africana-ONU em Darfur (UNAMID), detalha os casos de violações dos direitos humanos e revela impunidade generalizada. Dos 411 casos documentados pela UNAMID de alegadas violações e abusos do direito à integridade física, por todas as partes no conflito, muito poucos foram investigados ou resultaram em detenções. Destes, 127 envolveram o uso de violência sexual. Esses 411 casos são ilustrativos de um padrão muito mais amplo de violência, afirma o relatório.
“O relatório pinta um quadro muito sombrio da falha sistêmica, ou a recusa, pura e simples, das autoridades de levar a sério as violações dos direitos humanos. A maioria das vítimas não recebeu justiça ou quaisquer remédios para os males que sofreram”, disse o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein. “A maneira casual com que questionamentos feitos pela equipe de direitos humanos da ONU foram negados pela polícia local é profundamente preocupante e indica o grau em que funcionários do Estado sentem que estão acima da lei. As autoridades devem pôr fim à impunidade endêmica em Darfur.”

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