quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Críticas das Nações Unidas não impedem execução de Shafqat Hussain

O Paquistão executou, esta terça-feira, Shafqat Hussain, que foi condenado à pena capital ainda em adolescente, apesar das objeções manifestadas por parte de organizações de defesa de direitos humanos e das Nações Unidas.

Críticas das Nações Unidas não impedem execução de Shafqat Hussain
FOTO AMIRUDDIN MUGHAL/ EPA
A família de Shafqat Hussain
Shafqat Hussain foi enforcado pouco antes do amanhecer em Carachi por ter matado um rapaz de sete anos em 2004, informou o seu irmão e uma fonte do estabelecimento prisional à agência AFP.
O caso despertou a atenção da comunidade internacional depois de os advogados e familiares terem denunciado que Shafqat Hussain tinha apenas 15 anos à data dos factos e que confessou sob tortura.
Especialistas das Nações Unidas afirmaram que o julgamento não cumpre os padrões internacionais e instaram o Paquistão a investigar as alegações de que confessou sob tortura, bem como a sua idade.
O governo de Caxemira, a terra natal de Shafqat Hussain, apelou na noite de segunda-feira ao Presidente paquistanês, Mamnoon Hussain, para adiar a execução de modo a permitir a realização de uma investigação mais aprofundada ao caso, mas em vão.
"Shafqat Hussain foi enforcado 10 a 12 minutos antes das orações do amanhecer de hoje", informou uma fonte da prisão de Carachi, no sul do país, à agência noticiosa francesa, sob a condição de anonimato.
Gul Zaman, irmão do condenado, que permanecia preso há oito anos, confirmou a notícia.
O Paquistão enforcou aproximadamente 180 condenados desde o levantamento da moratória sobre a pena capital que estava em vigor desde 2008, determinado em dezembro último, após o massacre numa escola em Peshawar, no noroeste do país, em que morreram 154 pessoas, a maioria das quais crianças.
Inicialmente, o levantamento da moratória só foi aplicado a condenados por crimes de terrorismo, mas seria alargado a outros crimes.
Organizações defensoras dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional ou a Human Rights Watch, estimam que cerca de 8 mil pessoas estejam no corredor da morte em prisões paquistanesas por um dos crimes que prevêem a pena capital, tais como assassínio, violação ou blasfémia.

Fonte: Jornal de Notícias

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