quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Anistia Internacional: Irã executou três pessoas por dia neste ano

Pouco tempo antes da execução por assassinato, um prisioneiro iraniano foi perdoado pela família da vítima e foi tirado da forca
Prisioneiro iraniano é conduzido à forca para ser executado(Arash Khamooshi/AFP/VEJA)
A Anistia Internacional (AI) divulgou nesta quinta-feira um relatório que afirma que o Irã executou mais de 700 pessoas no primeiro semestre de 2015 - o número excede as 246 mortes declaradas oficialmente por autoridades em Teerã, capital do Irã.
A ONG que defende os direitos humanos relatou que entre o período de 1º de janeiro a 15 de julho, 694 pessoas foram mortas, o equivalente a três execuções por dia. "Se as autoridades iranianas mantiverem esta taxa de execução horrível estamos propensos a ver mais de 1.000 mortes sancionadas pelo Estado até o final do ano", disse Said Boumedouha, vice-diretor da Anistia Internacional.
"O uso da pena de morte é sempre abominável, mas levanta preocupações adicionais em um país como o Irã, onde os julgamentos são comumente injustos", completou Boumedouha. De acordo com um relatório publicado em março por Ahmed Shaheed, relator especial da ONU sobre o Irã, pelo menos 753 pessoas foram executadas em 2014. Shaheed pede a suspensão das execuções, observando que a maioria acontece por crimes relacionados com drogas, bem como o adultério, sodomia e "crimes contra a segurança nacional" - uma definição vaga, comumente usada para punir pessoas contrárias às políticas ditadas pelos aiatolás.
Para a Anistia, tais acusações não cumprem as normas jurídicas internacionais, que permitem a pena de morte apenas para os "crimes mais graves". Além disso, o relatório comparou a situação com a China que a cada ano aumenta o número de execuções no país, mas o Irã continua executando mais pessoas per capita do que qualquer outro país. Mesmo durante o mês do Ramadã, momento em que as execuções são normalmente suspensas, a Anistia relata que pelo menos quatro pessoas foram condenados à morte.
Fonte: Veja

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