“Em 700 municípios do país não havia um único médico. Hoje esta não é mais a realidade do Brasil”, destacou a presidenta Dilma Rousseff.
O Programa Mais Médicos para o Brasil comemorou nesta terça-feira (04) dois anos de existência em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. O evento contou com a presença dos ministros da Saúde, Arthur Chioro, da Educação, Renato Janine, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da presidenta da república, Dilma Rousseff.
Em seu discurso, a presidenta destacou as dificuldades do início do programa e desmistificou a ideia de que o programa é destinado apenas a bolsões de pobreza do interior do país. “Faltava médico no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Belo Horizonte. Faltava médico nas grandes cidades e no interior, nos quilombos e nas tribos indígenas. Era um desafio para um país com dimensões continentais e que tinha muita dificuldade de provimento e manutenção de médicos”.
Dilma destacou que, além do baixo número de médicos por habitante, havia concentração pela ocupação territorial histórica e pela distribuição de renda. “Em 700 municípios do país não havia um único médico. Hoje esta não é mais a realidade do Brasil. E eu quero agradecer a todos os médicos que participam do programa, mas especialmente aos médicos cubanos que trouxeram solidariedade, profissionalismo e humanização para os brasileiros. Estreitaram as relações entre Brasil e Cuba, que hoje está distribuída por todo território nacional”, disse a presidenta, que assumiu ainda o compromisso de lançar o programa Mais Especialidades até o fim do seu mandato.
Chioro agradeceu à Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) pelo apoio e parceria na viabilização do programa. Grande parte da equipe da OPAS/OMS para o Programa Mais Médicos estava presente, assim como o representante da Organização, Joaquín Molina, e o coordenador do programa dentro da OPAS/OMS, Renato Tasca.
O ministro de Saúde lembrou que o Brasil tinha 1,8 médicos por mil habitantes, número considerado baixo se comparado a países como Argentina (3,2), Uruguai (3,7), Portugal (3,9) e Espanha (4). “Nós ampliamos as vagas de Medicina e residência, mas não poderíamos esperar até 2026 para amenizar essa situação de escassez de médicos. Dois anos depois, nós temos 18.240 médicos cobrindo 4.058 municípios e 34 distritos indígenas”, afirmou Chioro.
Ele disse ainda que a aprovação do programa é altíssima tanto pela população como pelos médicos e que já há um aumento significativo no número de consultas realizado em todo o país: “Isto quer dizer que temos mais bebês crescendo com cuidados médicos, mais crianças sendo acompanhadas, tivemos uma diminuição de 4% nas internações, o que equivale a 91 mil pacientes que não precisaram de internação. O Programa Mais Médicos veio mudar para melhor a realidade brasileira”.
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