segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dia dos Pais: Agência da ONU destaca importância da paternidade responsável

UNFPA, no âmbito da campanha “O Valente Não é Violento”, destacou a importância da paternidade responsável para construção de uma sociedade mais justa no que se refere à igualdade de gênero, sexualidade, saúde reprodutiva e afetividade.
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil
O autocuidado e o cuidado com o próximo são tão fundamentais no nosso dia a dia quanto comer, beber, trabalhar ou estudar. E isso é algo que precisa ser observado principalmente na família, em suas diversas formas.
Compreendendo o cuidado como uma das principais estratégias para que todos e todas possam desconstruir práticas violentas e desenvolver suas capacidades de forma plena, com dignidade e respeito, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no âmbito da campanha “O Valente Não é Violento”, divulga no mês de agosto, em que é celebrado o Dia dos Pais no Brasil, uma matéria especial para falar sobre a importância da paternidade responsável para construção de uma sociedade mais justa no que se refere à igualdade de gênero, sexualidade, saúde reprodutiva e afetividade.
A representante auxiliar do UNFPA, Fernanda Lopes, enfatiza que, antes mesmo de se iniciar qualquer discussão sobre a população masculina – seja sobre gênero, masculinidades, corresponsabilidades na saúde e prevenção a violência –, é necessário considerar os homens como sujeitos de direitos muitas vezes negligenciados, e que “o processo educativo dos homens geralmente não estimula o contato com o seu corpo, com suas emoções e reações”.
“Durante toda a vida os meninos e os homens são motivados a controlar sua afetividade, os gestos e as atitudes mais diretamente associadas ao cuidado. Se não agirem da maneira esperada, podem deixar de ser considerados ‘homens de verdade’. Enquanto eles não forem educados e mobilizados para refletir sobre suas próprias histórias e dificuldades em modificar elementos do seu ser e estar no mundo, não conseguirão incorporar noções de cuidado para si e para o/a outro/a”, completou.
Convivendo diariamente com casos de violência e violações de direitos contra crianças e adolescentes, meninos e meninas, Luiz S., policial civil da Delegacia de Proteção a Criança e o Adolescente do Distrito Federal, revelou que, em grande parte dos registros, as vítimas são de famílias que não possuem a figura paterna.
“Infelizmente, acredito que as mães acabam ficando em situação de vulnerabilidade porque se relacionam com os agressores, e eles identificam menores dessas famílias que não são seus filhos para molestar”, contou, se referindo ao machismo e à violência resultante das desigualdades nas relações de gênero que afetam as vidas das mulheres, sobretudo as mais pobres.
O agente, que se tornou pai recentemente após planejar o nascimento da filha, afirma que se coloca em uma posição de parceiro da esposa. “Os deveres são iguais e divididos. Acabou essa fase da mulher fazer tudo só.”
Para multiplicar exemplos como o de Luiz em seu engajamento com o exercício da paternidade, seja ela estabelecida por laços biológicos ou afetivos, o UNFPA, em parceria com o Instituto Papai, de Recife (PE), lançou a publicação“Homens Também Cuidam”, que tem como objetivo ressaltar que mulheres e homens podem e devem assumir responsabilidades e prazeres, seja nas relações homo ou heteroafetivas, na gestação, o momento do parto, o cuidado com os filhos e filhas e com as pessoas em geral.
O guia desconstrói o estigma do cuidado como uma função feminina e da agressividade como uma qualidade masculina – que culmina no desinteresse de muitos homens por temáticas relacionadas à gravidez e ao cuidado – e questiona uma visão de paternidade que se limita a visitar filhos e filhas nos fins de semana.
“Materiais de referência como esse são fundamentais para enfrentar pensamentos sexistas e machistas, apresentando alternativas à visão tradicional acerca de masculinidade e feminilidade e à práticas que impedem que homens e suas famílias estabeleçam vínculos afetivos e sociais gratificantes”, disse a agência da ONU.
Acesse o site da campanha “O Valente Não é Violento”: www.ovalentenaoeviolento.org.br
Acesse a publicação “Homens Também Cuidam”: http://bit.ly/1Iz28EW

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