Staffan de Mistura conversou com repórteres em Bruxelas, onde se encontrou com autoridades da União Europeia. O enviado especial observou que a retomada de diálogo entre a Arábia Saudita e Irã poderia facilitar o fim da guerra na Síria.
“Não há tempo para um longo processo político”, disse o enviado especial da ONU para a Síria nesta terça-feira (08) lembrando que a imagem do menino sírio afogado na costa do litoral turco deve servir de lembrete ao mundo da urgência de uma “discussão real” para acabar o conflito.
“Não há mais tempo para longos processos políticos, há uma necessidade de criar esperança concreta para as pessoas na Síria”, disse Staffan de Mistura a repórteres durante discussões com autoridades da União Europeia.
Mistura observou que se a Arábia Saudita e o Irã retomassem o diálogo o conflito sírio poderia terminar “em um mês”, afirmando que ambos os países têm influência no Líbano, Iêmen, Iraque e Síria. Tomando em conta sua experiência de 43 anos de experiência com a ONU e 19 conflitos, o enviado especial afirmou que “as pessoas começam a conversar quando há falta de patrocínio para o conflito atual”, mencionando que “quando o oxigênio é retirado do fogo, o fogo se apaga.”
Ele também parabenizou o diálogo entre os Estados Unidos e Rússia sobre a Síria, mas notou que ambos não chegaram a um resultado concreto sobre a questão principal que se refere à governança da Síria.
A Europa, ele adicionou, pode contribuir a minimizar as consequências do conflito ao estabelecer uma compreensão comum sobre como receber os refugiados com dignidade e preencher as lacunas de financiamento existentes para ajudar a mais de 4 milhões de refugiados que se encontram na Jordânia, Turquia e Líbano.
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