segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Bolsonaro alerta que terroristas se infiltram juntos a refugiados

Especialistas temem que ação de justiceiros leve a escalada da violência no Rio




A busca da população por uma resposta rápida aos assaltos ocorridos no último fim de semana nas praias da zona sul do Rio de Janeiro pode provocar o crescimento da violência, temem especialistas em segurança. Na internet, não é difícil encontrar quem defenda a ação de gangues de justiceiros, grupos organizados para atacar suspeitos de crimes cometidos por jovens e denunciados na imprensa. Para o sociólogo do Laboratório de Análises da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ignácio Cano, as autoridades precisam agir para evitar o agravamento dessa situação e o aumento do número de episódios de “justiça com as próprias mãos”.

Blitz policial militar revista ônibus com destino às praias, no esquema de segurança antecipado da Operação Verão, contra arrastões ocorridos no fim de semana passado (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Policiais militares param ônibus com destino às praias a fim de revistar passageiros. A medida é parte do esquema de segurança antecipado da Operação Verão para evitar os arrastões ocorridos no fim de semana passadoFernando Frazão/Agência Brasil


























"Não só os criminosos podem se armar mais como também um monte de gente que nunca cometeu crime pode achar que é melhor se armar porque pode ser vitimado. Isso não vai resolver o problema e vai gerar mais insegurança", alerta o especialista. Ele lembrou do caso, ocorrido no último domingo, em que um grupo espancou jovens retirados à força de um ônibus por suspeitarem da participação deles em assaltos.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, também manifestou preocupação com a ação de grupos de justiceiros e disse, na última segunda-feira, temer "onde isso pode parar". Beltrame criticou decisão da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso que reforçou que os adolescentes só podem ser apreendidos se houver flagrantes. A decisão foi tomada após um pedido da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, motivado por operações policiais que detiveram adolescentes que seguiam em ônibus da zona norte para a zona sul. Para Beltrame, a polícia ficou "engessada". "Essa medida de nos tirar a prevenção pode resultar em pessoas que queiram fazer justiça com as próprias mãos. Não vamos permitir, mas é mais um esforço que a polícia terá que fazer".
Para Cano, o pronunciamento de Beltrame também é preocupante porque mostra a falta de um trabalho de inteligência. "Passa a impressão de que a prevenção tem que ser feita de forma ilegal, porque a decisão judicial só dá conta de reafirmar a lei, que diz que pessoas só podem ser presas em flagrante ou por decisão judicial. Isso, obviamente, não é verdade", diz ele, que considera que ações como parar os ônibus que vem da zona norte ineficientes e preconceituosas.

Esquema policial de monitoramento das praias antecipa a Operação Verão, em busca de segurança contra arrastões ocorridos no fim de semana passado (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Esquema policial de monitoramento das praias antecipa a Operação VerãoFernando Frazão/Agência Brasil

"Quando a polícia e o Beltrame dizem que tem de parar todo mundo nos ônibus, estão confessando que não há inteligência, que não há investigação e que não se sabe quem são os responsáveis", diz. Para ele, o monitoramento de grupos que se organizam para cometer roubos é possível. "Esses grupos não são sigilosos, não são terroristas. Essas pessoas todas têm redes de comunicação".
Na última quarta-feira (23), o governador Luiz Fernando Pezão disse que o trabalho de inteligência é feito com o uso da tecnologia, mas que a polícia vai agir para impedir que adolescentes que se envolvem em tumultos em ônibus cheguem à praia. “Os que não queremos deixar chegar à praia são aqueles que não pagam passagem, andam em cima do ônibus ou com a metade do corpo para fora, jogando latas [em quem passa] e roubando passageiros”.
Para o cientista político João Trajano, as blitze punem de antemão jovens negros e pobres dos subúrbios. "Serão eles que têm promovido arrastão e baderna? São necessariamente os garotos que vem nos coletivos, que você não consegue sequer dizer em que coletivos eles vêm?"
ONG teme aumento do fosso entre favela e asfalto
Conhecida por fazer protestos pedindo paz na Praia de Copacabana, bairro palco de assaltos e ação de justiceiros, a organização não governamental Rio de Paz também considera preocupante o tratamento que tem sido dado à questão. "A resposta que parte da classe média está querendo dar ao problema pode ampliar o fosso entre a favela e o asfalto", diz o presidente da ONG, Antonio Carlos Costa, se referindo a bairros pobres e ricos da cidade.
Costa questiona o excessivo destaque, dado pela imprensa, aos crimes nas praias e lembra que o assassinato, nesta semana, do menino Herinaldo Vinícius da Santana, 11 anos, na Favela Parque Alegria, no Caju, não recebeu o mesmo tratamento. Apesar dos protestos de moradores em vias expressas da zona norte, não houve, na avaliação dele, comoção por parte dos cariocas.
"Vimos duas cenas emblemáticas esta semana, a do menino roubando celular no Arpoador e a imagem do Herinaldo, morto no Caju. O que chama a nossa atenção e aponta para uma patologia social é que o que houve no Arpoador comove mais a sociedade do que o que aconteceu no Caju. O motivo é simples: vivemos em uma cultura da banalização da vida do pobre", critica.
"Como essas pessoas [moradores das favelas] se sentem vendo uma megamobilização para garantir o lazer na praia em um contexto em que todos os dias pessoas morrem nas favelas?", questiona o presidente da Rio de Paz.
Montagens e notícias antigas acirram tensão nas redes sociais
Para a professora de jornalismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) Sylvia Moretzsohn, a imprensa tem que desconstruir discursos preconceituosos, principalmente quando eles vêm das autoridades. Sylvia chama a atenção, no entanto, para o modo como as redes sociais podem ser usadas para estimular discriminação e acirrar o clima de medo. Ela cita como exemplo montagens de matérias jornalísticas com o resgate de imagens antigas como se fossem de crimes recentes, forçando uma sensação de insegurança ainda maior.
"As coisas são compartilhadas sem contexto, e as pessoas vão na onda do que são levadas a crer. Há esse transbordamento nas redes sociais, incontrolável do ponto de vista jornalístico", diz a pesquisadora.
Para ela, as pessoas esperam soluções simples e rápidas para problemas históricos e complexos e rejeitam qualquer tentativa de demonstrar essa complexidade. "Quero que minha vida seja tranquila, mas não quero saber como posso atingir o meu objetivo. E não quero que venham com histórias para complicar a minha capacidade de entender. É o tal do simples assim, mas nada é simples assim", afirma.
Cariocas pedem mais segurança
Enquanto os assaltos ocorriam no último fim de semana, o balconista Ecione Lopes, de 36 anos, trabalhava em uma das farmácias de Copacabana, bairro conhecido pela grande quantidade de idosos. O estabelecimento acabou fechando mais cedo seguindo a iniciativa de várias lojas do local que temiam depredações e roubos. Ele diz que o número de clientes caiu desde o último fim de semana. "Quando acontece isso, os idosos e aposentados deixam de sair de casa. As pessoas estão com medo", conta.
Morador de Ipanema, Lopes defende as revistas nos ônibus porque "não deve nada a ninguém" e acredita que essa seja uma forma de a população se defender. "Eu acho que o Poder Público está sem força para impor o respeito para o cidadão de bem. Estamos largados."

Praia de Ipanema, no primeiro dia da Operação Verão, antecipada em busca de segurança contra arrastões ocorridos no fim de semana passado (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Praia de Ipanema no primeiro dia da Operação Verão. Tempo mublado diminuiu presença de banhistasFernando Frazão/Agência Brasil

Presidente do movimento Viva Copacabana, que reúne moradores e empresários do bairro, Toni Teixeira diz ser contrário à ação de grupos que agridem suspeitos de crimes. "Não podemos admitir o crime, mas não posso admitir também que a pessoa parta para o desespero. Senão, virou a barbárie: um rouba, o outro rouba e o outro mete pancada. Aí, acabou o Estado".
Teixeira defende que o policiamento nas praias da zona sul seja reforçado pelas Forças Armadas. "As pessoas que vem têm mais facilidade de praticar o furto e não serem detidas por causa do excesso de gente. Tem que aumentar o efetivo, e, se precisar, pedir apoio das Forças Armadas."
Na última quinta-feira, a Polícia Militar anunciou um esquema de segurança especial para este fim de semana que conta com cerca de 700 agentes, incluindo policiais do Batalhão de Choque. Chamado de Operação Verão, o reforço, que é repetido todo ano nos meses em que as praias do Rio são mais frequentadas, foi antecipado.
Em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o coronel da Polícia Militar Ibis Pereira defendeu que o reforço no policiamento não vai resolver o problema dos arrastões, que se repete na cidade desde 1991. Segundo ele, o fato de ser preciso montar "uma operação de guerra" para que as pessoas desfrutem da praia deveria provocar uma reflexão profunda sobre a identidade da cidade.
"A polícia ostensiva sozinha não faz prevenção de arrastão. O que é o arrastão? Por que o arrastão? O que esses garotos estão querendo? Será que eles querem apenas roubar o celular? Eles estão querendo visibilidade, estão querendo ser vistos, porque são invisíveis. Estamos falando deles por causa do arrastão. Se não, não estaríamos falando deles."
Em entrevista à TV Brasil, a coordenadora executiva do Projeto Uerê, Yvonne Bezerra, que dá orientação pedagógica a jovens do Complexo da Maré, lembrou que a maioria dos jovens da periferia não comete crimes nem arrastões. "Eles ficam tentando sobreviver em uma sociedade extremamente injusta contra eles. Mas tem uma parte desses jovens que se revolta", disse ela, que aponta que falhas do Estado e das famílias levam a essa situação.
Já para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, arrastões não são um problema social, mas de polícia. "Não vamos tratar marginais e delinquentes como problema social. Precisamos de forças de segurança impondo a ordem", disse Paes em uma entrevista coletiva convocada para falar sobre os assaltos.
Retrospectiva
No fim de semana de 22 e 23 de agosto, a Polícia Militar retirou 150 adolescentes de ônibus que seguiam em direção à zona sul e os encaminhou ao Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Ciaca), ação que foi defendida pelo governador como forma de impedir os arrastões. Segundo Pezão, o monitoramento de jovens desde o embarque nos ônibus é feito desde o ano passado.
A iniciativa sofreu críticas, e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro pediu que essas abordagens fossem suspensas, por representarem cerceamento do direito de ir e vir dos adolescentes ao detê-los sem flagrantes nem ordens judiciais. A Justiça acatou parte do pedido e as ações não foram repetidas nas semanas seguintes.
Depois dos assaltos nas praias da zona sul registrados no último fim de semana, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, anunciou a volta das blitze, agora com a participação de outros órgãos e de assistentes sociais. Para ele, as ações são necessárias como forma de prevenção.
Em nota, o Conselho Regional de Serviço Social afirmou que o código de ética profissional da entidade proíbe que assistentes sociais participem de abordagens que tenham objetivo de cercear direitos. "Se a zona sul tem medo, o que dizer da zona norte onde assassinatos e execuções por parte de policiais fazem parte do cotidiano, como reconhecido unanimemente por entidades e organizações nacionais e internacionais de defesa de direitos humanos com ampla credibilidade?", disse a nota.

Edição: Edição: Lílian Beraldo  Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil

Vítimas de ditaduras elaboram documento para garantir justiça na América Latina

Abertura do seminário sobre os 40 anos da Operação Condor (José Cruz/Agência Brasil)
Participantes da segunda Consulta Pública do Fórum de Participação Social do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH), do MercosulJosé Cruz/Agencia Brasil



















Pouco antes de subir no púlpito do Auditório Tancredo Neves, no Ministério da Justiça para discursar, Gilney Viana foi avisado de que teria apenas três minutos. O tempo restrito não o intimidou: "Preciso fazer um minuto de introdução", avisou, e seguiu: "Todos os trabalhos da Comissão de Anistia, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos e Comissão Nacional da Verdade foram restritos".
Viana, hoje com 70 anos, integra o Comitê pela Verdade, Memória e Justiça do Distrito Federal, é bancário aposentado, graduado em medicina e foi uma das vítimas da ditadura militar. Tinha 18 anos quando foi preso pela primeira vez. Participou da resistência armada e, como tantos, viu amigos e parentes presos, torturados, mortos. Como um dos sobreviventes, diz que tem a obrigação de falar.
"Tenho dois cunhados que foram assassinados, minha mulher foi torturada, meus amigos foram assassinados, quem pode falar por eles? Óbvio que é quem sobreviveu. Sou sobrevivente de uma guerra, que hoje cobra do Estado não uma pensão, queremos reparação moral à altura e, se isso não ocorrer com a judicialização dos crimes dos torturadores, acho que vai ser sempre parcial", disse em entrevista depois do discurso de três minutos.
Nessa sexta-feira (25), Viana participou – junto com representantes de mais de 50 organizações da Argentina, Venezuela, Brasil, Paraguai e Uruguai – da segunda Consulta Pública do Fórum de Participação Social do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH), do Mercosul. O evento começou com um seminário sobre os 40 anos da Operação Condor, que foi uma aliança de colaboração entre os regimes ditatoriais da América do Sul nas décadas de 1970 e 1980.
Durante todo o dia, os participantes, além de compartilhar histórias, fizeram proposições conjuntas para garantir a verdade, memória e justiça na região. Entre as proposições está a construção de diretrizes regionais com para a preservação de lugares de memória. As medidas vão orientar a identificação de antigos centros de tortura, por exemplo, e o tratamento que deve ser dado para que os espaços sejam resignificados como locais de repúdio a crimes contra a humanidade. As sugestões serão sistematizadas e entregues às autoridades dos países.
Os participantes também deverão acompanhar sistematicamente as ações judiciais em tramitação no Chile, Argentina e Itália, que dizem respeito à Operação Condor. Esse processos gerarão as primeiras condenações do mais alto escalão de elaboração do Plano Condor. "Vai ser um cenário todo novo", disse o presidente da Comissão de Anistia e secretário Executivo do IPPDH, Paulo Abrão. "Os responsáveis serão evidentemente chamados à responsabilidade para nos ajudar a localizar os restos mortais de desaparecidos políticos ainda no presente."
Este foi, de acordo com ele, o primeiro grande encontro entre organizações que lutam pela verdade, memória e justiça na região. O debate evidenciou, de acordo com a procuradora regional da República e presidenta da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos, Eugênia Gonzaga, que o Brasil está muito aquém das outras nações, especialmente no quesito justiça e isso se deve à interpretação vigente da Lei da Anistia, Lei 6.683/1979, que concedeu anistia a presos e perseguidos políticos. Devido à interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2010, a norma impede que sejam condenados os agentes da didatura.
"No Brasil, temos algumas ações em andamento, outras paradas por causa dessa interpretação", diz Eugênia. "Estamos ainda muito aquém, principalmente de países como a Argentina, Chile, que têm militares com aposentadorias cassadas, centenas de processados". No Brasil, isso seria possível apenas com a revisão da lei, defende. Há quatro anos, tramita no STF o pedido de revisão.
Ao lado de Viana, o argentino Leonardo Fossati expõe outra luta: a busca pelos corpos dos pais. Fossati é um dos bebês desaparecidos na ditadura do país. Os pais eram perseguidos políticos e viveram pelo menos um ano na clandestinidade. Quando foi presa, a mãe, com 17 anos, estava grávida de 7 meses. Recém-nascido, Fossati foi entregue a uma parteira da cidade de La Plata, que o entregou ao casal que o criou.
Há dez anos, em meio à busca pela própria identidade, ele entrou em contato com a organização não governamental (ONG) Abuelas de Plaza de Mayo. Por meio de um teste de DNA, descobriu sua identidade e se tornou um dos netos restituídos. "Eu sabia que era muito difícil encontrar a minha história e eu tinha encontrado. Estava feliz por um lado e, por outro, sentia uma tristeza muito grande de conhecer a sorte dos meus pais", diz aos jornalistas. Hoje, Fossati, com 38 anos, faz parte da ONG.
Edição: Talita Cavalcante

Contrários ao Estatuto da Família aprovado em comissão defendem arquivamento


Nem os mais otimistas integrantes de movimentos favoráveis aos direitos de uniões homoafetivas acreditavam em um resultado diferente na última semana. A aprovação do Estatuto da Família (Projeto de Lei 6583/13) por 17 votos favoráveis e cinco contrários era tida como certa diante de uma comissão composta majoritariamente por parlamentares de bancadas religiosas. O texto do relator deputado Diego Garcia (PHS-PR), que define a família como o núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher, foi considerado um retrocesso por diversos segmentos que ainda esperam o arquivamento pelo plenário.
“A pauta do estatuto é desenhar esta família, dizer qual é o padrão natural, mas a sociedade não é estanque, ela se reorganiza e agora tem estatuto dizendo que este é único modelo de família que merece os investimentos em politicas publicas”, disse Patrícia da Silva, assistente social e diretora do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-SP).
Atuando na ponta, no atendimento às famílias, Patrícia afirmou que os espaços públicos estão tomados de conservadorismo e alertou para o risco de, o estatuto virando lei, restringir direitos fundamentais a algumas pessoas. “A politica social diz que o centro é a família e todos os investimento que recebemos é para essas famílias, independente da formação. A partir do momento que o estatuto retira isso, a pluralidade, qual será o investimento e quem o Estado vai permitir que a gente atenda enquanto família? Como vamos olhar para a família que não tem a formação que o estatuto prevê”, disse.
O argumento dos conservadores é que a Constituição explicita claramente o conceito de família no artigo 226. E foi neste dispositivo que os parlamentares encontraram a lacuna para criar uma lei que assegurasse direitos como o do atendimento garantido em saúde. "A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 reconheceu um dado que é da natureza. Porque o afeto não é critério constitutivo de família. As pessoas que quiserem ter o afeto que tenham, e o Estado vai garantir isso. Daí a transformar em entidade estável, que garante a procriação e a formação de pessoas, é outra conversa. Não estamos querendo impor nada, pelo contrário. Nós humildemente estamos reconhecendo o que a natureza prescreve", argumentou o deputado Evandro Gussi (PV-SP).
Durante os debates na comissão especial, deputados do PT, PCdoB, PTN e PSOL tentaram, em vão, adiar a votação para ganhar mais tempo para convencer por uma mudança no texto. Os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), Maria do Rosário (PT-RS), Bacelar (PTN) e Erika Kokay (PT-DF) protagonizaram os diversos requerimentos de adiamento que foram colocados em pauta, levando a sessão a se estender por quase cinco horas. “Quanto mais essa comissão caminha, mas tenho convicção de que está sendo tramado um golpe no país. Temos que ter liberdade nas nossas relações. Que lógica é essa que impede a relação de um com o outro. Esse estatuto nasce morto. Será barrado no STF”, disse Erika Kokay, que várias vezes lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu favoravelmente à união civil homoafetiva.
Em decisão sobre uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4277), ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, o então ministro do STF Ayres Britto declarou que nenhum dos dispositivos da Constituição Federal que tratam da família proíbem formação a partir de uma relação homoafetiva. Segundo ele, diferentemente da Constituição de 1967, que previa a família constituída somente pelo casamento, a versão de 1988 evoluiu para dar ênfase à instituição da família, independentemente da preferência sexual de seus integrantes. “A preferência sexual é um autêntico bem da humanidade”, disse, completando que o artigo 1723 do Código Civil deve ser interpretado conforme a Constituição, excluindo "qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como ‘entidade familiar’, entendida esta como sinônimo perfeito de ‘família’”.

Edição: Fernando Fraga  Catolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil

Festival de curtas discute direitos humanos em 78 locais de São Paulo

Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil
A oitava edição do Festival de Curtas de Direitos Humanos Entretodos, que ocorre entre os dias 5 e 9 de outubro, na capital paulista, terá como tema “Cidade Educadora”. Serão exibidos 28 filmes, sendo 14 nacionais e 14 internacionais. A programação é gratuita e ocorre em 78 pontos de exibição, como centros culturais, salas de cinema, cineclubes, centros educacionais unificados (CEUs), escolas, além de parques e praças.
As exibições contemplarão todas as regiões da cidade. A mostra é promovida pela prefeitura e organizada pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
Jorge Grinspum, que divide a curadoria do festival com Manuela Sobral, informou que o tema proposto reforça ações cotidianas e rotineiras da cidade e que contribuem para o envolvimento da população com esse espaço. “Ações espontâneas, movimentações comunitárias, manifestações como um sarau, uma projeção de cinema na periferia em praça pública, festas populares e passeatas. Tudo isso a gente entende como o papel da cidade para a população.”
O festival quer promover o cinema independente, valorizando o audiovisual como ferramenta de formação de educadores. Os curtas serão premiados por um júri oficial e pelo voto popular. O valor das premiações chega a R$ 7 mil.
Os filmes foram divididos em cinco programas, com cada sessão durando cerca de uma hora e meia. Grinspum acrescentou que os curtas foram reunidos em um mesmo grupo pela aproximação de linguagem audiovisual ou por uma similaridade de tema.
O programa Diversidades reúne seis filmes, sendo quatro estrangeiros, do Senegal, da Alemanha, de Cingapura e da França. O curador esclareceu que esses curtas se aproximam pela discussão das diferenças, especificamente de gênero e de idade. O programa dois com o tema Distâncias agrupa quatro filmes ligados pelas distâncias geográfica e de gerações. “O filme A boneca e o silêncio é sobre uma menina que perde a mãe e tem sério problema com o pai. Ele tem um desfecho problemático”, explicou Grinspum.
Os sete curtas reunidos no grupo Olhares propõem uma metalinguagem do cinema. Além de produções brasileiras, participam diretores da Argentina, Alemanha e França. No programa quatro, denominado Dualidades, os filmes retratam facetas diferentes de um mesmo aspecto.
Um dia é um dia do [deputado] Marcelo Freixo. A dualidade é mostrar o dia de um político com ações positivas”, adiantou. Os filmes do programa Extremo reúnem curtas com temas diversas, mas que expressam uma radicalidade das decisões que os personagens assumem na produção.
Além das exibições, o festival promoverá debates. No dia 6, às 14h, o bate-papo será com a diretora Carol Rodrigues do curta A boneca e o silêncio, na Fundação Gol de Letra. O diretor e roteirista Rafael Aidar, do curta Submarino, conversará com o público no dia 7, no Instituto Criar. No mesmo dia, Louis Mota, diretor de Mc Don't, participará de debate na Fundação Tide Setubal.
Os vencedores serão anunciados no dia 9 de outubro, a partir das 18h, no Centro Cultural São Paulo.
A programação completa pode ser acessada no site do festival.

Edição: Armando Cardoso

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Cruz Vermelha Brasileira entra na luta por trânsito mais seguro



Por: Jorge Velloso
Fotos: Leonardo Ali
No início da Semana Nacional do Trânsito, aqueles que buscam mais segurança ganharam um aliado de peso. Centenária instituição de ajuda humanitária, a Cruz Vermelha Brasileira entrou na luta para diminuir os alarmantes números de mortes e feridos nas ruas, avenidas e estradas do país. No I Fórum Nacional sobre Segurança Viária, realizado no último dia 18, na sede do Órgão Central, no Rio de Janeiro, foi proposta a Campanha “Cinco passos para além da Lei Seca”: Informação, Educação, Conscientização, Fiscalização e Penalização, que poderão tornar o trânsito menos violento.  
Como os dois últimos passos são reconhecidamente atividades do estado, a Cruz Vermelha pretende atuar nos três primeiros, utilizando voluntários e seus diversos programas comunitários no país. Participaram do fórum o deputado federal Hugo Leal, autor da Lei Seca; Marco Andrade, coordenador geral da Operação Lei Seca, no Rio de Janeiro; Antônio Sérgio Damasceno, presidente do Conselho de Trânsito do Rio de Janeiro, Celso Franco, presidente da 1ª Jari / Detran RJ;  Christiane Yared, deputada federal que perdeu o filho em trágico acidente de trânsito no Paraná; Oscar Zuluaga, gerente nacional de programas da CVB; Fernando Moreira, especialista em medicina de trânsito e representante da Fetransport; Flávio Tavares e Ricardo Imperatriz, do Instituto PARAR, e a antropóloga Marisa Dreys.
No evento conduzido pelo consultor do Departamento Nacional de Educação e Saúde da Cruz Vermelha Brasileira, José Mauro Braz de Lima, diversos e alarmantes números foram apresentados. Segundo estudos do governo, o trânsito brasileiro produziu, em 2014, quase 50 mil mortes e 500 mil feridos, números superiores ao de muitas catástrofes e guerras. Cerca de 80% dos que compõem esta estatística são homens.
O trânsito é a primeira causa de mortes entre jovens de 14 e 29 anos e mais de 60% dos acidentes são motivados pelo consumo de bebida alcoólica. O consumo tem crescido entres jovens com menos de 15 anos. Segundo dados do levantamento nacional realizado sobre álcool e drogas, a ingestão nesta faixa etária subiu de 13%, em 2006, para 22%, em 2012.
Diante aumento da frota, a motocicleta aparece como uma dos principais vilãs. O percentual de mortes de motociclistas saltou de 15%, em 2001, para 36%, em 2012. A comparação entre São Paulo e Nova Iorque, cidades populosas com trânsito intenso, apresenta 35 mortes de motociclistas na cidade americana, em 2012, contra 403 na metrópole brasileira.
A carga de emoção do Fórum ficou por conta dos depoimentos da deputada Christiane Yared. Ela não apenas contou detalhes do acidente que causou a morte do filho, em 2009, atingido por um carro a quase 200 km/h, guiado por um motorista alcoolizado, como de várias outras famílias atendidas pelo Instituto Paz no Trânsito, criado por ela após a tragédia. Yared disse que, ao invés de enterrar o filho, preferiu plantá-lo, e considerou que, melhor do que criar leis em Brasília, “é educar, é conscientizar”. Ao se dirigir aos muitos jovens na platéia, contou que vê seu filho nos olhos de cada um deles e concluiu: “a iniciativa da Cruz Vermelha deve ser abraçada por todos".


Leia mais: http://www.cruzvermelha.org.br/news/cruz-vermelha-brasileira-entra-na-luta-por-transito-mais-seguro/

Cruz Vermelha lança aplicativo que pode salvar vidas


Por: Jorge Velloso
A Cruz Vermelha Brasileira lançou hoje um aplicativo que pode salvar a vida de muitos brasileiros. Através de vídeos didáticos de pequena duração, é possível saber os procedimentos que devem ser adotados em várias emergências. Acidente Vascular Cerebral, queimaduras, ferimentos com armas de fogo, crise epilética, choque elétrico, fratura e intoxicação com produtos químicos são algumas das opções. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente através do Play Store ou do Aple Store . Basta digitar Socorrista Cruz Vermelha Brasileira.
O aplicativo feito em parceria com a Cruz Vermelha americana pode ser baixado nas plataformas Android e IOS, ou seja, serve para qualquer celular. Os vídeos em português foram feitos no Brasil, para maior identificação do público. Para saber como agir em determinadas situações específicas, basta clicar no menu principal e escolher o que se pretende. Vídeos, fotos e os procedimentos, passo a passo, aparecerão na tela.
O aplicativo também apresenta respostas para as principais dúvidas e curiosidades sobre situações de urgências e emergências. Para saber se os ensinamentos foram assimilados, há testes interativos que atestam o nível de conhecimento adquirido. História e outras informações sobre a Cruz Vermelha também fazem parte do conteúdo.
Por mais de um século, a Cruz Vermelha é referência mundial em Primeiros Socorros. A cada ano, 14 milhões de pessoas são treinadas pelo conjunto das Sociedades Nacionais que compõem a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Para padronizar e melhorar as ações, a Cruz Vermelha Brasileira também organiza, de hoje até domingo, em Brasília, o Seminário de Primeiros Socorros, com a participação de suas Filiais Estaduais.
A Cruz Vermelha Brasileira é uma das 189 Sociedades Nacionais que compõem o Movimento Internacional de Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Fundada em 5 de dezembro de 1908, é constituída com bases nas Convenções de Genebra, das quais o Brasil é signatário. É uma associação civil, sem fins lucrativos, de natureza filantrópica, independente, declarada pelo governo brasileiro de utilidade pública internacional, de socorro voluntário, auxiliar dos poderes públicos e, em particular, dos serviços militares de saúde. Tem como missão atenuar o sofrimento humano, sem distinção de raça, religião, condição social, gênero e opinião política.


Leia mais: http://www.cruzvermelha.org.br/

Rio tem Dia D para inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho


Pessoas com deficiência se cadastraram para um emprego do Dia D da Inclusão Profissional (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Pessoas com deficiência se cadastraram para um emprego do Dia D da Inclusão ProfissionalTomaz Silva/Agência Brasil
A segunda edição do “Dia D” da Inclusão Profissional de Pessoas com Deficiência e Reabilitados do INSS no Mercado de Trabalho ocorreu hoje (25), no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência (CIAD), na Presidente Vargas, região central do Rio. O objetivo é reunir, em um mesmo espaço, empresas que devem cumprir cotas de inclusão e trabalhadores com deficiência, que pretendem se recolocar no mercado de trabalho.
Cerca de 600 pessoas participam da mobilização, entre portadores de deficiência e reabilitados, que poderão se cadastrar nas vagas durante a feira, além de empresários e autoridades.
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, falou da importância da iniciativa, principalmente por causa da situação econômica que o país vive. “É de extrema importância, haja vista que geraremos muitos empregos em um momento de dificuldade que o Brasil atravessa. Sem contar a oportunidade para as empresas de despertarem, abrirem os olhos também para os deficientes e reabilitados”, disse.
De acordo com o secretário municipal de Trabalho e Emprego, Augusto Ribeiro, as empresas já estão atentas a esse público. “Estamos fazendo um trabalho de conscientização e conseguimos aumentar o número de vagas oferecidas. Já contamos no nosso sistema com um ranking das 10 empresas que mais contrataram. A expectativa é que isso aumente cada dia mais”. A Universidade Estácio de Sá é a empresa que mais contrata portadores de deficiência, de acordo com o ranking.
Segundo Adriana Porto, 41 anos, reabilitada pelo INSS, a feira é uma ótima oportunidade de tentar a recolocação no mercado de trabalho, porém, a imagem dos deficientes e reabilitados perante os contratantes tem que ser diferente.
“É ótimo a gente poder tentar conseguir algo pra nossa vida, já que é muito difícil conseguirmos algo efetivamente. As empresas olham para a gente com outros olhos, achando que nunca mais seremos os mesmos, que não temos mais capacidades de desempenhar nosso papel. Isso não é verdade! Infelizmente, no meu último trabalho, eu fui demitida justamente após ser diagnosticada com água no joelho. Alguns não tem paciência”, lamenta.
O dia D surgiu de experiências feitas no Mato Grosso, em 2012, e na Bahia, em 2013, que apresentaram resultados satisfatórios, principalmente na mobilização e conscientização de empresas locais. Com o sucesso da iniciativa, o Ministério do Trabalho e Emprego decidiu expandir, a partir de 2014, a proposta para todos os executores do Sistema Nacional de Emprego (SINE), com ações ocorrendo simultaneamente nas cinco regiões do país.
As palestras vão ocorrer até as 16h, sobre os desafios da inclusão social, reabilitação profissional e apresentações de dança, assim como será abordado o uso da chamada “tecnologia assistiva”, que significa todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover a sua independência e inclusão.

Edição: Maria Claudia  Da Agência Brasil

Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública

Agricultura orgânica e turismo podem reduzir pobreza na Tanzânia, diz relatório da ONU

Os setores são fundamentais para a economia do país. Se potencializada, a relação entre as áreas pode reduzir significativamente a pobreza.
Documento publicado nesta quinta-feira (24) pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) mostra benefícios para a economia trazidos da relação entre agricultura orgânica e turismo usando como exemplo o caso da Tanzânia. O setor de turismo é responsável por 20% da economia local no país um grupo significativo de turistas têm interesse em alimentos orgânicos.
O relatório é baseado em uma análise direcionada ao turismo em favor dos pobres e visa estudar formas de gerar redes de benefícios, criação de políticas de apoio e planejamento para a parte mais vulnerável da população.
As principais recomendações dadas para a otimização da relação entre turismo e agricultura orgânica foram: o estabelecimento de políticas público-privadas; o investimento no conhecimento da interseção das áreas de agricultura orgânica e turismo e a divulgação do turismo em favor dos pobres e de sua identidade, além de seus benefícios para a população.
O relatório foi publicado com parceria da UNCTAD com a Secretaria de Relações Públicas da Suíça (SECO) e o Ministério da Indústria e Comércio da Tanzânia.

Diretora-geral da UNESCO se encontra com cinco etnias brasileiras no Rio de Janeiro

Em visita ao Museu do índio, Irina Bokova conheceu representantes dos Paresi, Karajá, Enawene Nawê, Maxakali e Kaiapó. O evento contou também com a participação do ministro da Cultura, Juca Ferreira.
Diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova visitou o Museu do Índio nesta segunda-feira (21).
Diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova visitou o Museu do Índio nesta segunda-feira (21).
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova,visitou o Museu do Índio nesta segunda-feira (21), no Rio de Janeiro. A dirigente da agência entregou aos representantes de cinco etnias brasileiras os novos materiais produzidos pelo Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas (PROGDOC).
“Cada língua que desaparece é toda uma memória, toda uma cultura que desaparece”, destacou Bokova, que se encontrou com membros das etnias Paresi, Karajá, Enawene Nawê, Maxakali e Kaiapó. A visita contou também com a participação do cacique Akijaboro Kayapó, do ministro da Cultura, Juca Ferreira, e do presidente da FUNAI, João Pedro Gonçalves da Costa.
“Não haverá democracia no Brasil se nós não definirmos um papel importante para os povos indígenas dentro da nossa sociedade, garantindo seus territórios, garantindo a possibilidade de preservação das suas tradições e aparelhando-os para que eles possam alcançar uma relação de igual para igual com a sociedade nacional”, afirmou o ministro da Cultura.
Além de trabalhar com a documentação de modos de vida e culturas indígenas, o PROGDOC também se envolve na formação de pesquisadores indígenas e na criação de arquivos digitais nas aldeias. O projeto beneficia 35 etnias por todo o país e já realizou 331 oficinas de vídeo, de texto e de qualificação de acervo, desde sua criação em 2009.

Quase 75% das mulheres já sofreu assédio ou abuso on-line, revela ONU

Nos 28 países da União Europeia, 9 milhões de mulheres relataram ter vivido violência on-line desde os 15 anos de idade. Uma em cada cinco usuárias vive em países onde o assédio e abuso on-line é pouco provável que seja punido.
Com a universalização do acesso a Internet, os perigos para meninas e mulheres crescem. Foto: Acessa São Paulo
Com a universalização do acesso a Internet, os perigos para meninas e mulheres crescem. Foto: Acessa São Paulo
Quase três quartos das mulheres conectadas à Internet já foram expostas a algum tipo de violência cibernética, relevou nesta quinta-feira (24) o relatório da Comissão de Banda Larga da ONU, “Combatendo violência on-line contra mulheres e meninas: um chamado de alerta global”.  O documento pede que governos e indústria reforcem suas ações para proteger efetivamente meninas e mulheres de ameaças e assédios on-line.
Segundo o relatório, apesar da espiral crescente de ataques on-line, apenas 26% dos órgãos responsáveis de 86 países para tomaram medidas apropriadas para coibir e punir estes atos, estão realmente trabalhando nesse sentido. Nos 28 países da União Europeia, 9 milhões de mulheres relataram ter vivido violência on-line desde os 15 anos de idade. Uma em cada cinco usuárias vive em países onde o assédio e abuso on-line é pouco provável que seja punido.
O secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Houlin Zhao, que também atua como copresidente da Comissão, lembrou que o mundo virtual oferece amplos recursos para o empoderamento pessoas, mas a falta de garantias de segurança pode impedir que meninas e mulheres desfrutem dessas possibilidades.
O rápido crescimento da Internet e sua disseminação móvel implicam desafios legais e de controle social de desvios de conduta e comportamentos criminosos, observou o relatório. Uma era de Internet social e de acesso “a qualquer momento, em qualquer lugar” implica também que a violência pode acontecer a qualquer hora e os atores desses crimes podem assediar seus alvos onde quer que eles estejam, ressalta o documento.
O relatório foi lançado na sede da ONU em Nova York pelo grupo de trabalho sobre gênero, copresidido pela diretora do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Helen Clark, e pela diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka. Para esta, “a violência on-line subverteu a promessa positiva original de liberdade na Internet” ao transformá-la, em muitas circunstâncias, em um lugar que “permite a crueldade anônima e facilita atos daninhos contra meninas e mulheres.”

Beckham inaugura plataforma digital para levar opinião das crianças para a Assembleia Geral da ONU

Desenvolvido pela Google, o sistema reúne mensagens de jovens sobre os desafios que enfrentam em diferentes partes do mundo. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também participou do lançamento.
Secretário-geral Ban Ki-moon se encontra com David Beckham, embaixador da Boa Vontade para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foto: ONU / Amanda Voisard
Secretário-geral, Ban Ki-moon, encontra-se com David Beckham, embaixador da Boa Vontade para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foto: ONU/Amanda Voisard
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o embaixador da Boa Vontade para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), David Beckham, inauguraram, nesta quinta-feira (24), um sistema digital que vai levar as vozes de crianças de todo o mundo à Assembleia Geral da ONU. A iniciativa do UNICEF quer possibilitar a comunicação entre os jovens e os chefes de Estado que estarão reunidos em Nova York a partir de segunda-feira (28).
O sistema vai reunir mensagens que destacam os desafios enfrentados por crianças em suas comunidades, como extrema pobreza, desigualdade, violência e conflitos. A plataforma foi desenvolvida pela Google e é alimentada com mensagens de texto e materiais enviados por redes sociais. Durante a inauguração, Beckham fez um apelo à comunidade internacional, assinalando que os países têm a oportunidade inédita de colocar, no centro de suas decisões, os jovens menos favorecidos.
“Todas as crianças têm uma voz, mas muito frequentemente, elas simplesmente não são ouvidas. Nesse momento crucial, em que líderes estão se reunindo aqui em Nova York, e graças a esse incrível sistema, suas vozes serão ouvidas”, afirmou o embaixador da Boa Vontade. A plataforma digital foi instalada na entrada de visitantes da Assembleia Geral.
Beckham e o secretário-geral destacaram também a importância da Cúpula da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, que começa na sexta-feira (25). Ao longo do evento, será adotada uma nova agenda global, com objetivos para os próximos 15 anos. “As crianças viverão amanhã num mundo que será moldado pelas ações que realizarmos juntos agora”, afirmou Ban Ki-Moon.
Segundo informações das Nações Unidas, 6 milhões de crianças abaixo dos cinco anos de idade ainda morrem de causas evitáveis a cada ano e mais de 120 milhões de crianças e adolescentes permanecem fora da escola.

Chefe da ONU condena atentado à mesquita al Bolayli na capital do Iêmen

O ataque com bombas aconteceu durante as orações do Eid al-Adha e deixou pelo menos 25 mortos.
Vizinhança de Faj Attan em Sana’a, Iêmen, é constantemente atingida por bombardeios aéreos, o que levou a maioria da população a deixar a área. Foto: OCHA/Charlotte Cans
Vizinhança de Faj Attan em Sana’a, Iêmen, é constantemente atingida por bombardeios aéreos, o que levou a maioria da população a deixar a área. Foto: OCHA/Charlotte Cans
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou nesta quinta-feira (24) o atentado terrorista à mesquita de al Bolayli na capital do Iêmen, Sana’a, que aconteceu durante as orações do feriado de Eid al-Adha e deixou pelo menos 25 pessoas mortas.
Ban ofereceu suas sinceras condolências às famílias das vítimas e ao povo do Iêmen. E lembrou que ataques contra lugares de adoração, ou civis, nunca são justificáveis por nenhuma circunstância. O secretário-geral pediu também uma investigação completa do ataque a bomba e pediu justiça para seus responsáveis.
As disputas entre o governo e os rebeldes houthis no país já duram mais de um ano e deixaram mais de 2 mil mortos. De acordo com a ONU, mais de 400 crianças foram mortas e 600 ficaram feridas entre março e agosto, quando o conflito se intensificou devido aos bombardeios realizados pela coalização liderada pela Arábia Saudita.

Secretário-geral da ONU lamenta morte de mais de 700 peregrinos na Meca

O secretário-geral também estende suas sinceras condolências às famílias das vítimas.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou profunda tristeza ao saber da morte de mais de 700 peregrinos Hajj, em no Vale de Mina, perto de Meca, na Arábia Saudita.
“Este trágico incidente é ainda mais angustiante por ter acontecido no primeiro dia santo do Eid marcando o fim da temporada anual Hajj Al-Adha, disse o chefe da ONU em um comunicado divulgado por seu porta-voz em Nova York.
Na declaração, o secretário-geral também estende suas sinceras condolências às famílias das vítimas e envia sua solidariedade aos governos que sofreram com a perda de cidadãos de seus países no incidente.

150 líderes mundiais são esperados para Cúpula da ONU, que começa nesta sexta (25)

Reunião na sede da ONU entre os dias 25 e 27 de setembro adotará os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma plataforma de ação para levar prosperidade e bem-estar para todos até 2030.
Cúpula da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável
Mais de 150 líderes mundiais são esperados para participar na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que acontece entre 25 e 27 de setembro na sede da ONU, em Nova York, para adotar formalmente uma nova agenda de desenvolvimento sustentável. Esta agenda servirá como plataforma de ação da comunidade internacional e dos governos nacionais na promoção da prosperidade e do bem-estar para todos até 2030.
A nova agenda de desenvolvimento sustentável baseia-se no resultado da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002, da Cúpula de 2010 sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012 (Rio+20) e nos pontos de vista de pessoas em todo o mundo.
Reconhecendo os sucessos dos ODM, os países concordaram sobre “O futuro que Queremos” – o documento final do Rio+20 – para estabelecer um grupo de trabalho aberto para elaborar um conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para consideração e ação apropriada. Depois de mais de um ano de deliberações consultivas abrangentes e intensivas, o Grupo de Trabalho Aberto propôs 17 objetivos específicos com 169 metas associadas.
As negociações intergovernamentais sobre a composição das metas durou mais de dois anos e incluiu numerosas contribuições da sociedade civil e outras partes interessadas. As consultas inclusivas e transparentes levaram ao alcance de um consenso em 2 de agosto do documento final para a nova agenda de desenvolvimento sustentável.
A nova agenda será oficialmente adotada pelos líderes mundiais na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que acontece nos dias 25, 26 e 27 de setembro de 2015
Em uma declaração emitida após o consenso alcançado pelos Estados-membros sobre o documento final da Cúpula, em 2 de agosto, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse: “[O acordo] abrange uma agenda universal, transformadora e integrada que anuncia um momento decisivo histórico para nosso mundo”. “Esta é a Agenda do Povo, um plano de ação para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões, de forma irreversível, em todos os lugares, não deixando ninguém para trás”.
Acordada pelos 193 Estados-membros da ONU, a agenda proposta, intitulada “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, consiste de uma Declaração, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas, uma seção sobre meios de implementação e uma renovada parceria mundial, além de um mecanismo para avaliação e acompanhamento.
Informações sobre a nova agenda de desenvolvimento da ONU, os ODS e todos os assuntos ligados à esta questão estão disponíveis em:  http://nacoesunidas.org/pos2015/
O documento oficial que será aprovado na Cúpula – em português – está em http://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/  
A cobertura completa sobre este assunto está em http://nacoesunidas.org/tema/pos2015 e www.facebook.com/ONUBrasil
Mais informações sobre a agenda de desenvolvimento pós-2015, os ODS e a Cúpula: http://nacoesunidas.org/pos2015/
Informações para a imprensa: http://nacoesunidas.org/pos2015/imprensa/ 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
Outras informações para a imprensa
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)
Valéria Schilling e Gustavo Barreto
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