Ban Ki-moon pediu apoio dos 15 membros do Conselho para o processo mediado pelo seu enviado especial para a implementação do Comunicado de Genebra. Conversas são lideradas por grupos de trabalho sírios para estabelecer um órgão de governo de transição.
Os quatro anos do conflito sírio são um “símbolo vergonhoso da divisão e fracasso da comunidade internacional”, disse o secretário-geral da ONU nesta quarta-feira (29), ao pedir ao Conselho de Segurança para endossar as recomendações do seu enviado especial para chegar a uma solução política que “todas as partes afirmam apoiar”.
“Em 28 de março, instruí meu enviado especial para a Síria, Staffan de Mistura, para intensificar os esforços para achar uma resolução política para o conflito”, lembrou Ban Ki-moon, que especificamente pediu a “operacionalização do Comunicado de Genebra”.
Adotado em 2012, na primeira conferência internacionalSOBRE o assunto, e mais tarde endossado pelo Conselho de Segurança, o Comunicado de Genebra é a única base internacional acordada para uma resolução política para o conflito sírio. O documento propõe um órgão de governo transicional, com plenos poderes executivos e composto por membros do atual governo e de grupos de oposição e outras partes.
Depois de extensas consultas, Mistura alcançou uma “alternativa viável”, segundo o secretário-geral, que o enviado especial apresentou nesta quarta-feira (29) ao Conselho de Segurança. Na véspera, o subsecretário-geral para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien, descreveu um cenário dramático do país e lembrou que no mês de julho a Síria alcançou um novo recorde humanitário, com mais de 4 milhões de pessoas refugiadas.
“O que proponho hoje é aprofundar o formato das consultas de Genebra. Agora tenho a intenção de convidar os sírios para discussões temáticas paralelas através de grupos de trabalho intra-sírios para responder a aspectos-chave do Comunicado de Genebra”, disse Mistura, citando como temas segurança e proteção para todos; assuntos políticos e constitucionais; questões militares e segurança; instituições públicas e reconstrução e desenvolvimento.
Esses grupos de trabalho produzirão um “documento-quadro de soberania síria”SOBRE a implementação do Comunicado de Genebra, explicou Mistura, convencido que este esforço deve ser liderado por um Comitê Diretivo, composto de sírios dos diferentes grupos temáticos.
“O documento-quadro também fornecerá ao órgão de governo transicional procedimentos para um diálogo nacional, um processo de rascunho constitucional e questões de justiça transicional”, continuou o enviado especial.
Por isso, enfatizou, o apoio do Conselho de Segurança será crítico para convencer todos os atores sírios e regionais a participarem. O secretário-geral adicionou que ele está pronto a convocar uma conferência internacional de alto nível para endossar qualquer recomendação ou acordo deste processo político liderado pela Síria, incluindo a questão do órgão de governo transicional.
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