quinta-feira, 30 de julho de 2015

Cruz Vermelha Brasileira pede água para vítimas das enchentes no Sul


Equipes de emergência da Cruz Vermelha Brasileira seguem no trabalho de ajuda aos desabrigados pelas fortes chuvas no Sul do país. No Rio Grande do Sul foram atingidas 44 cidades, mas a situação de três delas é crítica. Com a cheia dos rios, as bombas d’água dos municípios de Cachoeirinha, Gravataí e Alvorada tiveram que ser desligadas e mais de 570 mil pessoas estão sem abastecimento. A Filial da Cruz Vermelha no Rio Grande do Sul lançou campanha para arrecadar água. Há a necessidade também de leite em pó, alimentos não perecíveis, fraldas geriátricas e infantis e material de higiene. As doações podem ser levadas à sede da Filial: Av Independência, 993 –  Bairro Independência – Porto Alegre. 
Na Filial está funcionando um gabinete de gestão de emergência com representantes dos diversos departamentos. Gerente Nacional de Socorros e Desastre da Cruz Vermelha Brasileira, André Araújo, desde domingo, está na região. Ele está acompanhado do Delegado de Desastres da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Santiago Luengo. Ambos, acompanhados por representantes da Filial, estiveram reunidos com o coordenador estadual de Defesa Civil, Cel. Alexandre Martins de Lima, para incrementar as ações de ajuda humanitária aos principais municípios afetados.

Fonte: Cruz Vermelha - 
Por: Jorge Velloso

‘É possível tornar o direito à água e ao saneamento uma realidade para todos’, diz especialista da ONU

No quinto aniversário da resolução da Assembleia GeralSOBRE o direito humano à água e ao saneamento, Léo Heller disse que Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são uma oportunidade para alcançar tal meta.
Casas à beira da Via Estrutural, no Distrito Federal: saneamento deve chegar aos mais pobres, diz relator da ONU. Foto: Elza Fiúza/ABr
asas à beira da Via Estrutural, no Distrito Federal: direito ao saneamento foi declarado um direito humano pela Assembleia Geral da ONU em 2010. Foto: Elza Fiúza/ABr
Marcando o quinto aniversário da resolução da Assembleia GeralSOBRE o direito humano à água e ao saneamento, o relator especial das Nações UnidasSOBRE o tema, o brasileiro Léo Heller, disse na segunda-feira (27) que apesar de grandes desafios, transformar esse direito em realidade é possível.
“Cinco anos atrás, hoje, os Estados-Membros das Nações Unidas reconheciam explicitamente o direito humano à água e ao saneamento na Assembleia Geral. E isso significa que, como um direito humano, todas as pessoas, sem discriminação, devem ter acesso à água potável e ao saneamento, que é acessível, aceitável, disponível e segura”, declarou Heller.
O relator especial lembrou que ainda há um longo caminho a percorrer para tornar este direito uma realidade para todos, para ter um mundo onde o acesso universal à água, ao saneamento e à higiene seja atingido por todos os que vivem em assentamentos informais. Citando o conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que deverão ser adotados em setembro, Heller destacou que esse acordo global representará uma oportunidade para chegar a esta realidade nos próximos 15 anos, através do forte empenho de todos os países. “Com uma forte vontade política, isso é possível”, adicionou.
Léo Heller é o segundo relator especial da ONU sobre o direito humano à água potável e ao saneamento, nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos, em novembro de 2014. Heller atualmente é pesquisador na Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil. Anteriormente, foi professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil entre 1990 e 2014.

Orangotangos enfrentam extinção em Bornéu, onde o desflorestamento é insustentável, diz ONU

Segundo relatório do PNUMA, se o desmatamento no sudeste da Ásia continuar, 75% da cobertura florestal original da ilha será perdida até 2030.
Estima-se que 55 mil orangotangos de Bornéu permanecem nas florestas. Foto: Wikicommons/Julielangford  (CC)
Estima-se que 55 mil orangotangos de Bornéu permanecem nas florestas. Foto: Wikicommons/Julielangford (CC)
conversão em massa das florestas de Bornéu em área para a produção de óleo de palma, em conjunto com o impacto das alterações climáticas, está levando à extinção os orangotangos na maior ilha da Ásia, tornando “claro que um futuro sem o desenvolvimento sustentável será um futuro com um clima diferente e, eventualmente, sem orangotangos, um dos nossos parentes mais próximos”, revelou nesta quarta-feira (29) um novo relatório das Nações Unidas.
De acordo com o documento publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Universidade de Liverpool John Moores, em colaboração com a Parceria para a Sobrevivência dos Grandes Primatas (GRASP), a conversão em massa de florestas de Bornéu para o desenvolvimento agrícola – principalmente para óleo de palmas – vai deixar os orangotangos em perigo de extinção fragmentados e em vias de extinção em uma série de áreas”. Estima-se que 55 mil orangotangos de Bornéu permanecem nas florestas, de acordo com o PNUMA.
“O impacto ambiental da mudança climática agravada pelo desmatamento de Bornéu poderá resultar em graves inundações, aumento da temperatura, redução da produtividade agrícola e outros efeitos negativos”, disse o relatório.
A ilha de Bornéu é divida em três partes pela Indonésia, Malásia e Brunei. Sua taxa de desmatamento está entre as mais altas do mundo há mais de duas décadas e 56% das florestas tropicais de planícies protegidas – uma área quase do tamanho da Bélgica – perdeu-se entre 1985 e 2001. O relatório acrescenta que, se o desmatamento no sudeste da Ásia continuar, 75 % da cobertura florestal original será perdida até 2030.

Estudo da UNESCO revela que desigualdades afetam aprendizagem de alunos na América Latina

Pesquisa ouviu 134 mil crianças do ensino fundamental, incluindo o Brasil. Apesar dos avanços, maioria dos estudantes ainda apresenta baixos níveis de habilidades em linguagem, na leitura e escrita, matemática e ciências naturais.
Foto: Governo Brasil
Foto: Governo Brasil
segunda entrega dos resultados do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (TERCE), coordenado pelo Escritório Regional de Educação da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago) indica avanços em quase todos os países participantes, mas a maioria dos estudantes ainda apresenta baixos níveis de habilidades em linguagem, na leitura e escrita, matemática e ciências naturais.
A pesquisa, apresentada nesta quinta-feira (30), ouviu 134 mil crianças do ensino fundamental, incluindo o Brasil, e descreve o que os alunos sabem e são capazes de fazer em função do seu próprio currículo, assim como os situa em níveis de desempenho de acordo com as metas nacionais de aprendizagem do seu próprio país.
De acordo com o diretor da OREALC/UNESCO Santiago, Jorge Sequeira, “a região tem realizado progressos significativos na alfabetização e na cobertura de seus sistemas educativos, mas ainda permanecem os desafios importantes em termos de qualidade e equidade.
O diagnóstico do TERCE recomenda aprofundar seus resultados preliminares e faz sugestões para possíveis intervenções em termos de prática e política educacional, com o objetivo de executar os aperfeiçoamentos necessários”.

Em Dia Mundial, ONU lembra que milhões de mulheres, homens e crianças são traficados por dinheiro

Com pelo menos 152 países de origem e 124 países de destino afetados pelo tráfico de pessoas e com mais de 510 fluxos através do mundo, nenhum país está imune, afirma o Escritório das Nações UnidasSOBRE Drogas e Crime (UNODC).
Imagem: Marcos Santos/USP
Imagem: Marcos Santos/USP
A cada ano, milhões de mulheres, homens e crianças são exploradas sexualmente, forçadas a trabalhar em condições perigosas em casas, fazendas e fábricas no mundo tudo e são vítimas de outras formas de abuso, como casamento forçado ou remoção de órgãos. Apesar do reconhecimento de que este é um dos crimes que mais exploram o ser humano, ainda há pouca ação contra isso: é necessário que se faça mais para desmantelar as redes de crime organizado atrás do tráfico de pessoas, enquanto que, ao mesmo tempo, é fundamental dar mais assistência às vítimas.
Com este cenário, e com o segundo Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, celebrado nesta quinta-feira (30), o Escritório das Nações UnidasSOBRE Drogas e Crime (UNODC) incentiva os países a tomarem ações para acabar com a impunidade dos traficantes e para aumentar o suporte às vítimas.
O mais recente Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do UNODC destaca a real extensão deste crime. Com pelo menos 152 países de origem e 124 países de destino afetados pelo tráfico de pessoas e com mais de 510 fluxos através do mundo, nenhum país está imune. Combinado a isso, as parcelas mais vulneráveis da população parecem estar aumentando, e se tornam alvo dos responsáveis por este crime: 33% das vítimas identificadas são crianças, um crescimento de 5% em relação ao período de 2007-2010. As meninas representam duas de cada três crianças vítimas do tráfico. Junto com as mulheres adultas, representam 70% das pessoas traficadas em todo o mundo.
O Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, especialmente mulheres e crianças, sob a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Internacional, implementado uma década atrás, representa um grande passo para enfrentar este crime. Pela primeira vez, este instrumento internacional trata de todos os atos de tráfico de seres humanos, incluindo exploração sexual, trabalho forçado, remoção de órgãos, servidão doméstica e outras práticas similares.
Apesar disso e de outros progressos encorajadores, a legislação de alguns países nem sempre está de acordo com o Protocolo e falha em cobrir todas as formas de tráfico e suas vítimas deixando milhões de pessoas desprotegidas e vulneráveis. Em algumas áreas, isso resulta em níveis baixíssimos de alguma ação contra os traficantes. No período coberto pelo Relatório Global, 40% dos países reportaram menos de 10 condenações ao ano, enquanto que 15% não tiveram nenhuma condenação.
“Isso demonstra um grau de impunidade que é inaceitável e destaca o fato de que, no momento, os traficantes estão fugindo com seus crimes”, disse Yury Fedotov, Diretor Executivo do UNODC. “O mundo está enfrentando desafios muito graves, e nossos recursos estão diminuindo. Mas não podemos permitir que criminosos inescrupulosos explorem essa crise para tirar vantagem do desespero e sofrimento das pessoas. Há uma urgência igual em prover serviços de suporte para aqueles diretamente afetados pelos traficantes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua declaração para o Dia Mundial, pediu apoio para o Fundo Voluntário Fiduciário das Nações Unidas para as Vítimas de Tráfico de Pessoas. É um mecanismo que trabalha com ONGs de todo o mundo para ajudar os sobreviventes deste crime, provendo abrigo, serviços básicos de saúde, formação profissional e escolar, assim como suporte psicossocial, legal e econômico.
Como parte das campanhas para o Dia Mundial, o Escritório coordena a campanha #douesperança, que pretende conscientizar as pessoas em relação às vítimas e sobreviventes do tráfico. Para saber mais, clique aqui.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ativismo tem novo endereço - Greepeace

A partir da próxima segunda-feira, dia 2 de junho, o escritório do Greenpeace Brasil na capital paulista terá novo endereço: Rua Fradique Coutinho, número 352, no bairro de Pinheiros.

Depois de mais de 11 anos na Rua Alvarenga, no Butantã, a organização cresceu, o número de funcionários aumentou e a casa, que antes era grande, ficou pequena. O novo prédio comportará todos os funcionários e proporcionará à organização ótima estrutura para continuar propagando seus princípios mundo afora.
A nova localização também foi pensada estrategicamente para facilitar o acesso de seus funcionários, colaboradores, voluntários e parceiros, de modo a estimular, por exemplo, o uso do sistema de transporte público e outros meios alternativos, como bicicletas.
A construção foi adaptada e reformada levando-se em consideração a utilização racional de recursos para evitar desperdício de materiais, assim como priorizou-se a economia de energia elétrica, com uso de lâmpadas, equipamentos mais eficientes, além da valorização de iluminação natural. Outras ações de curto, médio e longo prazo, como instalação de fachada verde e uso de energias renováveis, também estão programadas.
 “Nossa nova sede coloca o Greenpeace mais em contato com São Paulo e com os movimentos sociais e ambientais que transitam pela cidade. Por estarmos em uma região mais central e acessível, podemos abrir nossas portas para toda sociedade”, afirmou Fernando Rossetti, diretor - executivo do Greenpeace Brasil. 

Na Bahia, ONU destaca esforços para garantir direitos de mulheres negras

A mesa-redonda “Mulher Negra: Redução das Desigualdades e Desenvolvimento Econômico na América Latina e no Caribe” destacou os compromissos da Década Internacional de Afrodescendentes (2015 a 2024), lançada no Brasil dia 22 de julho.
A maioria na plateia era mulheres. Fotos: Gov Ba/Eloi Correa
A maioria na plateia era mulheres. Fotos: Gov Ba/Eloi Correa
Marcando o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), esteve presente dia 24 na mesa-redonda “Mulher Negra: Redução das Desigualdades e Desenvolvimento Econômico na América Latina e no Caribe“, promovida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA), em parceria com Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (SEPROMI).
O evento faz parte do ciclo de celebração do governo do Estado da Bahia ao dia internacional e destacou os compromissos da Década Internacional de Afrodescendentes (2015 a 2024), lançada no Brasil dia 22 de julho. O debate foi realizado no auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador e transmitido por videoconferência para 11 cidades do interior do estado.
Na plateia estavam membros de organizações governamentais, acadêmicos(as), sociedade civil, entre outras pessoas interessadas em discutir os desafios enfrentados pelas mulheres negras na América Latina e Caribe.
A responsável de projeto em Gênero e Raça do UNFPA, Ana Claudia Pereira, destacou os esforços feitos pelo Fundo e pela ONU para garantir que as mulheres negras tenham seus direitos garantidos e efetivados, e ressaltou que a Década Internacional de Afrodescendentes surge como uma grande oportunidade de colocar em visibilidade a violência que as atingem em todo o mundo.
Ela destacou iniciativas do organismo no Brasil como a promoção de debatesSOBRE saúde materna, violência obstétrica e racismo, o mapeamento e produção de evidências sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, entre outros.

ONU convida para evento no Rio para discutir regulação da mídia e liberdade de expressão

Mesa-redonda acontece na quinta-feira, 6 de agosto, às 19h00, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e contará com a presença do relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Edison Lanza.
Imagem: "Wikipedia.cenzored" por Wikimedia Foundationvia Wikimedia Commons
Imagem: “Wikipedia.cenzored” por Wikimedia Foundation via Wikimedia Commons
O Centro de Informação da ONU (UNIC Rio), em parceira com o Coletivo Intervozes e o Instituto de Estudos Socais e Políticos (IESP) da UERJ e apoio do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, convidam para a mesa-redonda “O papel da regulação da mídia na liberdade de expressão”.
O evento acontece na quinta-feira, 6 de agosto, às 19h00, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, 16 – Centro).
A mesa-redonda contará com a participação do relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Edison Lanza. Também farão parte da mesa a deputada federal Jandira Feghali e a professora Suzy dos Santos, da Escola de Comunicação da UFRJ.
O objetivo do encontro é conhecer a experiência latino-americana e internacional de regulação da mídia e seus impactos na liberdade de expressão e discutir a implementação destas políticas no Brasil.
Serviço
Mesa-redonda: O papel da regulação da mídia na liberdade de expressão
Local: Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro – Rua Evaristo da Veiga, 16 – Centro
Data: 6 de agosto – 19 horas (Atenção: a entrada do prédio do Sindicato fecha às 20h)
Informações para a imprensa
Valéria Schilling e Gustavo Barreto
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)
(21) 2253-2211 e (21) 98202-0171 | (21) 98185-0582
valeria.schilling@unic.org | barretog@un.org

No Conselho de Segurança, chefe da ONU e enviado especial apresentam novo plano para fim do conflito sírio

Ban Ki-moon pediu apoio dos 15 membros do Conselho para o processo mediado pelo seu enviado especial para a implementação do Comunicado de Genebra. Conversas são lideradas por grupos de trabalho sírios para estabelecer um órgão de governo de transição.
Crianças deslocadas sírias em um campo de refugiados. Foto: Photo: ACNUR/B. Sokol
Crianças deslocadas sírias em um campo de refugiados. Foto: Photo: ACNUR/B. Sokol
Os quatro anos do conflito sírio são um “símbolo vergonhoso da divisão e fracasso da comunidade internacional”, disse o secretário-geral da ONU nesta quarta-feira (29), ao pedir ao Conselho de Segurança para endossar as recomendações do seu enviado especial para chegar a uma solução política que “todas as partes afirmam apoiar”.
“Em 28 de março, instruí meu enviado especial para a Síria, Staffan de Mistura, para intensificar os esforços para achar uma resolução política para o conflito”, lembrou Ban Ki-moon, que especificamente pediu a “operacionalização do Comunicado de Genebra”.
Adotado em 2012, na primeira conferência internacionalSOBRE o assunto, e mais tarde endossado pelo Conselho de Segurança, o Comunicado de Genebra é a única base internacional acordada para uma resolução política para o conflito sírio. O documento propõe um órgão de governo transicional, com plenos poderes executivos e composto por membros do atual governo e de grupos de oposição e outras partes.
Depois de extensas consultas, Mistura alcançou uma “alternativa viável”, segundo o secretário-geral, que o enviado especial apresentou nesta quarta-feira (29) ao Conselho de Segurança. Na véspera, o subsecretário-geral para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien, descreveu um cenário dramático do país e lembrou que no mês de julho a Síria alcançou um novo recorde humanitário, com mais de 4 milhões de pessoas refugiadas.
“O que proponho hoje é aprofundar o formato das consultas de Genebra. Agora tenho a intenção de convidar os sírios para discussões temáticas paralelas através de grupos de trabalho intra-sírios para responder a aspectos-chave do Comunicado de Genebra”, disse Mistura, citando como temas segurança e proteção para todos; assuntos políticos e constitucionais; questões militares e segurança; instituições públicas e reconstrução e desenvolvimento.
Esses grupos de trabalho produzirão um “documento-quadro de soberania síria”SOBRE a implementação do Comunicado de Genebra, explicou Mistura, convencido que este esforço deve ser liderado por um Comitê Diretivo, composto de sírios dos diferentes grupos temáticos.
“O documento-quadro também fornecerá ao órgão de governo transicional procedimentos para um diálogo nacional, um processo de rascunho constitucional e questões de justiça transicional”, continuou o enviado especial.
Por isso, enfatizou, o apoio do Conselho de Segurança será crítico para convencer todos os atores sírios e regionais a participarem. O secretário-geral adicionou que ele está pronto a convocar uma conferência internacional de alto nível para endossar qualquer recomendação ou acordo deste processo político liderado pela Síria, incluindo a questão do órgão de governo transicional.

Brasil terá queda na economia de 1,5% em 2015, segundo estudo da CEPAL

Na América Latina e no Caribe crescimento deve ser de apenas 0,5%; a agência aponta que dinamizar o investimento é a chave para retomar o crescimento e a produtividade na região.
Brasil terá uma redução de 1,5% do seu crescimento em 2015. Foto: USP Imagens/Marcos Santos
Brasil terá uma redução de 1,5% do seu crescimento em 2015. Foto: USP Imagens/Marcos Santos
A América Latina e o Caribe crescerão em média 0,5% em 2015, segundo novas projeções publicadas nesta quarta-feira (29) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em uma entrevista coletiva em Santiago, Chile. Embora a desaceleração seja generalizada na região, a agência projeta um crescimento heterogêneo entre sub-regiões e países.
América do Sul apresentará uma contração de -0,4%, influenciada pelas quedas no crescimento no Brasil (-1,5%) e na Venezuela (-5,5%). Na América Central e no México a previsão de crescimento é de 2,8%, com o Panamá (6%) liderando as taxas de crescimento em toda a região. Já no Caribe – de língua inglesa e holandesa – o aumento será de 1,7%.
De acordo com o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2015, a desaceleração econômica se deve tanto a fatores externos quanto internos. Na esfera internacional, o crescimento lento da economia mundial em 2015 atribui-se, em particular, à desaceleração na China e outras economias emergentes, com exceção da Índia. O relatório observa que o comércio mundial permanecerá estagnado – o que já se tornou um problema estrutural da economia mundial – e que a demanda externa mais fraca se junta, por um lado, à tendência de queda dos preços dos produtos básico, e por outro, ao aumento da volatilidade e da incerteza nos mercados financeiros internacionais.
Internamente, a publicação destaca que a contração do investimento, juntamente com a desaceleração do crescimento do consumo, entre outros fatores explicam a redução da procura interna, o principal fator por trás do crescimento nos últimos anos.
“Revitalizar o crescimento a curto e longo prazo requer aumentar o investimento público e privado em tempos complexos. Isso pode ser feito com regras fiscais que protejam o investimento, e recorrendo a fontes de financiamento de parcerias público-privadas, como bancos de investimento e infraestrutura dos BRICS, e mecanismos alternativos, como os títulos verdes e empréstimos triangulares”, disse a secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena.
Em relação ao trabalho, o Estudo Econômico indica que um crescimento mais lento terá um impacto negativoSOBRE o emprego. Em média para 2015 é estimado um aumento da taxa de desemprego para 6,5%, frente aos 6,0% registrados no ano passado. A taxa foi influenciada pelo mau desempenho do Brasil, onde a taxa de desemprego urbano subiu 0,8 pontos percentuais no primeiro trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Novo estudo da ONU indica que mundo terá 11 bilhões de habitantes em 2100

Brasil segue na contramão da tendência mundial em consequência do baixo índice de fecundidade no país. Segundo o estudo, comparado ao patamar atual, número de população do país será inferior em 2100.
A população mundial alcançou 7 bilhões de pessoas em 2011. Foto: ONU/Eskinder Debebe
A população mundial alcançou 7 bilhões de pessoas em 2011. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Estima-se que a população mundial alcançará 8,5 bilhões em 2030, 9,7 bilhões em 2050 e passará os 11 bilhões em 2100. Segundo as novas projeções, a Índia ultrapassará a China como ao país mais populoso do mundo em apenas sete anos e a Nigéria tomará o lugar dos Estados Unidos como o terceiro maior país do mundo em 35 anos, revelou orelatório da ONU divulgado nesta quinta-feira (29).
Atualmente listado como quinto país mais populoso do mundo, as projeções para o Brasil são de crescimento populacional cada vez menor como consequência da baixa taxa de fecundidade do país, uma das menores, junto à China, Estados Unidos, Rússia, Japão e Vietnã.
O Brasil contabiliza hoje 207.848 habitantes e estima-se que alcançará 228.663 habitantes em 2030, 238.270 em 2050, mas reduzirá para 200.305 em 2100. Essa queda em nascimentos levará o país a ocupar a sétima posição em 2050 e a 13° em 2100.
O documento Revisão da Projeção Mundial 2015, produzido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, indica que no período entre 2015 e 2050, metade do crescimento da população mundial deve concentrar-se em nove países: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Estados Unidos, Indonésia e Uganda.
Mais da metade do crescimento populacional nos próximos 35 anos deve ocorrer na África, com a projeção de que a população de 28 países dobre e, que até 2100, 10 nações africanas – Angola, Burundi, República Democrática do Congo, Malauí, Mali, Níger, Somália, Uganda, Tanzânia e Zâmbia – multipliquem cinco vezes o seu número de habitantes.
“A concentração do crescimento da população nos países mais pobres apresenta um conjunto de desafios, deixando ainda mais difícil erradicar a pobreza e a desigualdade, combater a fome e a desnutrição e expandir a matrícula nas escolas e sistemas de saúde, tudo isso crucial para o sucesso da nova agenda de desenvolvimento sustentável”, disse o diretor da Divisão de População da ONU, John Wilmoth.